Em três anos a Protegendo Anjos de Junqueirópolis já atendeu mais de 300 casos
- Aline Fernandes
- 28 de mar. de 2018
- 3 min de leitura
O projeto em prol dos animais de rua recebe ajuda nas redes sociais e os principais casos são de abandono

O trabalho realizado por voluntários tem salvado vidas e dado lares a dezenas de animais de rua do município. O projeto fundado pelas amigas Denise Garcia e Marisa Alves, em três anos já atendeu em média 300 casos.
Os animais atendidos sofreram abandono, maus tratos ou atropelamentos. Segundo a voluntária Denise, o projeto surgiu com o intuito de promover castrações aos animais de rua, mas conforme os casos que chegam a Protegendo Anjos, não há como fechar os olhos para outras solicitações.
“Não há como fechar os olhos, socorremos todos os casos possíveis, algumas vezes não chegamos a tempo ou os animais já não têm condições físicas. As ocorrências mais comuns têm sido de abandono, é cada vez mais crescente”, conta.
De acordo com as voluntárias, o projeto em si é voltado ao animal de rua, mas conforme alguns pedidos são realizadas visitas a famílias que acolhem os animais, mas não têm condições às vezes de dar uma vacina ou de castrar. Os casos mais especiais estão na rua, mas há uma lista de prioridade para os demais casos.
“Nós temos parceiros, os veterinários da cidade nos dão suporte, parceiros anônimos, agropecuárias, clinicas e voluntários eventuais. Quando precisamos, conforme a disponibilidade, eles estão a postos”, completam.
A médica veterinária Renata Ramos aponta que não é somente a violência que se trata como maus tratos ao animal. “Eu digo que o animal precisa de quatro A’s, o abrigo, alimento, água e amor”, conta. Renata ainda diz que o caso mais comum de atendimento é o de espancamento e para denúncia não se deve omitir. O animal que apanha muito ou se torna raquítico desenvolve algumas características específicas como medo de objetos ou fica muito guloso. “Em 20 anos de profissão já vi de tudo, desde fêmeas mantidas em cativeiro para procriação e venda como estupro”, diz.
Conforme a Lei Federal n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, em seu artigo 32, imputa como crime praticar ato de abuso, maus tratos, ferir, mutilar animais ou a realização de experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, com pena de detenção, de três a um ano, além da aplicação de multa.
Por constituir crime, qualquer ato de maus tratos envolvendo animal precisa ser denunciado na Polícia Civil. Recomenda-se ainda, no ato da denúncia, a utilização de meios de prova como, por exemplo, filmagens, fotos, testemunhas que tenham presenciado o crime. Ressalta-se que denúncia falsa é crime.
Entende-se por maus tratos qualquer ato de abandono, espancamento, uso indevido ou excessivo de força, envenenamento, deixar o animal sem água e/ou comida por mais de dia, deixar o animal preso em espaço que lhe obste a respiração, o movimento ou o descanso, dentre outras.
Conforme as voluntárias, em 2018 o número de doações diminuiu em relação aos outros anos, mas que muitas pessoas continuam colaborando de outras formas. “Temos muitas pessoas envolvidas na causa, não diretamente, mas temos parceiros. O projeto realiza feiras do doce, bazares, bingos e nossos parceiros sempre estão ajudando, até mesmo adotando”.
Recentemente a prefeitura municipal divulgou ao projeto uma licitação onde será responsável pela castração dos animais de rua na cidade. Sendo assim, a Vigilância Sanitária, a Protegendo Anjos e a prefeitura municipal se unem para atender emergências.
Para quem tem interesse em adotar um animalzinho, o Protegendo Anjos possui uma página no Facebook onde atualiza informações de disponibilidade. As pessoas que pretendem dar lar temporário até que o animal seja adotado também podem entrar em contato.
As doações podem ser feitas nas caixinhas do Protegendo Anjos, distribuídas pelo comércio local, onde as fundadoras incentivam a doação do um real e também pela conta bancária para quem está mais distante ou é contribuinte, que fica disponível no Facebook.
Doações de rações e medicação também são recolhidas pelo projeto. Além disto, bingos são realizados para manter os serviços prestados.
“Qualquer pessoa que tiver boa vontade e disponibilidade de tempo pode se voluntariar”, diz Denise.
Ficou interessado? Quer saber mais sobre o projeto? Acesse a nossa página no Facebook para mais informações. Seja um voluntário!
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